sábado, 4 de abril de 2009

MURAR O FEIO




Recolhida em minha ignorância, não tenho a capacidade em entender, porque ainda existe governo onde seu plano de ação é “tampar o sol com a peneira”.
Aqui no Rio de Janeiro (Brasil), a “onda “ não é mais aquela que vai-e-vem nas areias de nossas belas praias. A “onda “ agora é derrubar moradias e murar favelas.
Não que eu ache correto famílias residindo em locais de risco, em construções clandestinas. Não!
O ate de derrubar essas moradias (em nome da segurança), seria louvável se antes fossem construídas casas populares, em locais seguros para abrigar com dignidade seus membros.
Dói no coração de qualquer brasileiro ou brasileira que ame seu país ,ver seu povo tratado com tamanha indiferença. Não vou dizer que são tratados como animais, porque jamais deixaria meus cães, minha gata e meu coelho jogados na rua sem ter os cuidados e zelos que merecem.
Além de destruir o abrigo dos que não tem onde ficar, existe um projeto a iniciar para murar as favelas, pois não podem crescer mais. Concordo.
Realmente temos que conter o crescimento das favelas. Ótimo, isto é incontestável.
O que coloco em questão é como isso vai ser feito.
Murando? Como cercamos o gado no pasto? Não!
Porque quando se cerca o gado, está cuidando de um bem, de uma fonte de renda. E favelados não pagam impostos, luz, água, são ‘marginais’.
Mas não no sentido que geralmente damos a palavra, e sim por viverem a margem da sociedade, sem direito algum, em uma vida sub-humana.

“ As obras que serão realizadas pelo governo do Estado, têm custo total estimado em R$ 40 milhões. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, a construção de uma creche, um hospital e dois centros de integração na Rocinha, por meio do PAC (Programa de Aceleramento do Crescimento), sairá por R$ 32 milhões.” (DESTAK, jornal de distribuição gratuita do RJ). Pensem!

Eu vivo num país onde nossa maior riqueza não está em nossas matas, nas belas praias, nos rios que percorrem todo território, no ouro, prata, animais, montes e vales. No meu país, sua maior riqueza é o seu povo.É um povo solidário, que faz trabalho voluntário, parcerias, de muitos integrantes que acreditam em seu país.
O que nos falta é um governo com seus governantes que acredite em seu povo.
Que trabalhe em conjunto, com honestidade, pavimentando as favelas e as transformando em bairros populares, mas dignos em se viver.
Eu não acredito em Salvador da Pátria, não creio em um único homem ou partido político tenha a forma mágica que vá resolver todas as questões, todos os nossos problemas.
Mas acredito na vontade de vencer, de realizar, de seguir em crescimento. Acredito na união, na força do trabalho, na parceria com empresas que em troca de descontos ou abatimentos ficais, realize trabalhos de “mãos dadas” com o governo em benefício de obras para a população.
Não adianta murar o feio, isolar o problema como se ele não existisse. Não resolve a questão atitudes imediatistas. O mal é notório e tem raízes profundas, só temos um caminho... o caminho construído com amor e dedicação ao que se faz e ao seu país.
A educação ainda é o melhor remédio para combater os problemas de nossa sociedade, com resultados a longo prazo, mas eficaz.
Vamos enfrentar nossos desafios de frente, sem pintar a casa de cor-de-rosa, antes da reforma.Isto é um serviço porco.

Eliane Brasil - 04/04/2009.